28 de agosto de 2011

Pokhara… to Porto!!

São 08h45 horas locais no Nepal, mais precisamente em Pokhara onde esgotamos os últimos cartuchos. As férias estão a acabar mas ainda falta o regresso a Portugal, à cidade do Porto!

Esperam-nos os nossos Pais na terça-feira, 30 de Agosto, pelas 10h30 no Aeroporto Sá Carneiro. Até lá uma longa jornada…

O táxi que nos leva de Pokhara até Sonauli, fronteira com a India, custa-nos aproximadamente 20€ a cada um!!!… mas o percurso de sete a nove horas, que faríamos num local bus, reduz-se para as 5h30 que fazemos… É uma viagem interessante, pela montanha, curva contra curva, a uma altitude considerável… O verde predomina, os campos de arroz que se avistam de cima são colossais e incrivelmente verdejantes… Estamos no Nepal, na época das monções, chove todos os dias (tivemos muita sorte no que ao tempo diz respeito: chovia à noite!) por isso, a natureza, dita as suas regras… a estrada é má, péssima em alguns locais, as derrocadas que se fizeram e fazem sentir dia a dia são bem visíveis na estrada… Pedras, rochas, terra, “meias estradas” J, enfim um pouco de tudo que faz entender agora o porquê das tantas horas que são necessárias para percorrer os 180 e poucos km que ligam Pokhara à fronteira com a Índia.

O nosso condutor é cuidadoso na condução, até demasiado, a média de 40 km/h dá para apreciar os vales, riachos, rios, pontes, aldeias que nos atravessam no caminho… o Nepal na sua plenitude… deixam-nos saudade e a certeza, ao contrário da Índia, que um dia voltaremos…

Chegamos a Sonauli, a caótica fronteira entre o Nepal e a Índia. Mal saímos do táxi, abordam-nos, ainda do lado do Nepal, condutores de táxis privados indianos para a viagem que se segue rumo a Gorakhpur. Ignorámos tudo e todos, até quase os postos de imigração, que se escondem quase por completo na curta caminhada que é atravessar esta fronteira… Se quiséssemos teríamos atravessado sem qualquer problema e sem qualquer “carimbo” dado o modo tão pouco controlado que se faz sentir neste posto fronteiriço. Primeiro as autoridades Nepalesas, pouco depois as Indianas e em 15-20 minutos estamos “legalizados” e na Índia outra vez… E, nota-se logo nos primeiros metros… o barulho infernal das buzinas, o lixo por todo o lado, as vacas que se passeiam como nada acontecesse, os condutores de táxis e bus rodeiam-nos, enfim, voltamos e infelizmente o dizemos…

Caminhamos uns bons 300 metros, negociamos um Jeep por 100 Rps cada um, e cá vamos na direção de Gorakhpur, a próxima etapa desta jornada… O Jeep que nos leva apita a cada 5 segundos e numa viagem de cerca de 2h30, acreditem que parece um “inferno”. Está calor, muito mesmo, os sacos - cada vez mais por causa das compras J, o constante parar, apitar, discutir… fazem-nos chegar já quase esgotados à estação de comboios, em Gorakhpur. Sem bilhetes, dirigimo-nos para a bilheteira e quase por milagre espera-nos um comboio para o próximo destino: Lucknow (onde temos o voo no dia seguinte para Mumbai). Claro que bilhetes só mesmo para a última classe possível… mas baratos!!! Já na linha, perguntamos se é possível fazer um “upgrade” do bilhete, como já o fizéramos de Agra a Delhi, “Sim, é possível…” e, em Sleeper Class fazemos as cerca de 6 horas até Lucknow, onde chegamos por volta da 00h15 já do dia 29.

Sem nada marcado, uma vista de olhos rápida no guia, e tuk-tuk para a zona mais central da cidade. Demoramos um pouco, entre hotel e hotel, para finalmente pagarmos 920 Rps por um quarto – o pior preço qualidade dos últimos 30 dias!! São também as últimas horas e tão pouco nos preocupamos… descansamos umas horas, um pequeno-almoço, uma volta pela cidade (nada de interessante), umas compras finais, uma refeição ocidental num MacDonalds perto do hotel, tuk-tuk para o aeroporto, jantar e voo… rumo a Mumbai, onde já dia 30, pelas 2h50 nos espera o último trajeto: Mumbai-Frankfurt-Porto!

São mais ou menos 12 horas, com escala na cidade alemã, completando-se assim os quase dois dias desta longa jornada que começou em Pokhara, no Nepal!

27 de agosto de 2011

Fotos de Pokhara

Always one more... and this is not full!

Paragliding over the Lake

No comments!

Yes! That´s it! This is a really hard job on Pokhara Valley!

"Photo, photo, photo"... later: " Rupies, rupies, rupies"

The small boats on Fewa Lake

As montanhas, os Himalaias e Pokhara

Depois de dois dias na calma Bandipur, chegamos a Pokhara, provavelmente o último destino das férias. Pokhara é o hub mais procurado para os bem conhecidos trekkings da região dos Himalaias. Mas não só, é também conhecida pela beleza dos seus vales circundantes e verdes e pelo Lago que dá pelo nome de Fewa Lake.

Chegamos de autocarro a uma das local bus stations e de seguida um auto-rickshaw leva-nos ao Lake Side onde decidimos ficar. É com certeza um dos locais mais turísticos que já tivemos durante estes dias… Esta parte da cidade, é, na altura de Outubro/Novembro, “invadida” por turistas que procuram os trekkings nos Himalaias, ou mesmo, à volta da região de Pokhara. É portanto um local cheio de restaurantes, bares, guest houses, hotéis, agências de tudo e mais alguma coisa, lojas, supermercados, um pouco de tudo para servir o turista!

Encontramos um local afastado da rua principal que nos tirava do provável ruído… O Hotel Boomerang Garden é recente, tem quartos limpos, água quente, tranquilos e com vista para os Himalaias… é, portanto, uma ótima escolha!

Com pouco tempo, e com o tempo incerto, os trekkings dos himalaias são substituídos por caminhadas no vale e região de Pokhara… Destaco dois: bem perto da Old Pokhara, fazemos durante uma manhã uma caminhada por entre um vale, rio, pontes à “Indiana Jones Style”, vacas, touros, campos verdejantes, gente característica e bom tempo! É de facto, muito bonita a natureza por estes lados…

A segunda, a aldeia de Sarangkot, bem lá no alto: 1592m é o ponto de onde ninguém que visita estas “margens” pode perder para uma vista maravilhosa dos Himalaias… infelizmente as nuvens, não nos deixam ter a plenitude da montanha e os seus picos bem delineados mas o pouco que se consegue ver é reconfortante para a caminhada que até aqui se faz… O trekking que faço para descer é brutal! A floresta densa e as cerca de 2h30 de descida deixam-me de rastos e quase sem sentir as pernas… mas a vista que obtenho na caminhada é fenomenal! A tranquilidade do lago, vista de cá de cima é sinal de paz, harmonia, calma, muito peace and love :)!

Noutro dia fazemos também a visita ao World Peace Pogoda um monumento Budista edificado e dedicado à paz mundial. Como se encontra num topo de uma montanha, quer a sua paisagem e a sua caminhada fazem um highlight desta região. Já tarde na descida, e quase ao anoitecer procuramos o percurso de volta, que nos levaria ao Lake Side atravessando o lago de barco… como demoramos um pouco na descida e não localizamos atempadamente os barcos, já fazemos a travessia do lago à noite, não deixa de ser bonito, mas também assustador, é que os barcos, muito pequenos não oferecem muitas condições de segurança e como vamos cinco e sem coletes só a nado nos salvaríamos se algo acontecesse! Mas tudo é muito tranquilo até porque o nosso “remador” demonstra ter muitos anos… a remar :) e o passeio acaba por ser compensador.

Nestes cerca de três dias e meio que permanecemos em Pokhara avistámos algumas vezes os picos dos Himalaias, sempre que o tempo nos deixava…

Mas estes instantes aguçam-nos o apetite para uma próxima visita ao Nepal!... é altura das monções e até nem nos podemos queixar do tempo porque chuva só mesmo (e muita!), durante a noite.

23 de agosto de 2011

Fotos de Kathmandu

Smile@Kathmandu

Thamel: the open air shopping center

Local market for tea & spices

Durban Square, the colours and trading

Hindu funeral ceremony @ Pashupatinath

Swayambhunath Stupa, Buddhist pilgrimage destination on Kathmandu Valley

22 de agosto de 2011

Nepal e Kathmandu!

Chegamos finalmente ao Nepal... digo finalmente porque para já da Índia chega...

O voo da SpiceJet aterra em Kathmandu por volta das 10 da manhã e é hora de preencher o formulário para o "visa on arrival", mais 25 dolares, imigração e saímos do aeroporto.

Tudo muito tranquilo... pequena negociata para um taxi até Thamel, zona de Kathmandu onde decidimos ficar, uma pequena procura por uma guest house, e, instalamo-nos para um merecido banho, depois de mais uma viagem...

Os primeiros sinais do Nepal e de Kathmandu são positivos: menos baralho, menos gente, mas ainda alguma confusão que não é alheio o fato de estarmos na capital! A zona onde ficamos, Thamel, é uma espécie de centro comercial a "open air" com centenas de lojas com material de montanha a preços incríveis... pode-se encontrar as top marcas da especialidade... por exemplo comprar umas boas botas de montanha por menos de 35 euros ou um casaco top 3X Gore-Tex (últimos modelos) por apenas 25-30 euros, calças impermeáveis por menos de 10 euros... enfim uma tentação para quem gosta deste tipo de coisas... como nós!! Passamos cerca de dia e meio!! nas compras é que entre o negociar, apreciar o material, entrar em loja sim, loja sim, escolher cor, etc,etc... demora o seu tempo! É aqui, que pela primeira vez na minha vida, consigo, diga-se ligeiramente :), compreender as senhoras nas compras!Ufff... torna-se até cansativo!!! :)

Os restantes dois dias visitamos a famosa e central Durbar Square um World Heritage Site que impressiona pela quantidade de templos e movimento que fazem do ao local um sight muito interessante. Num dos templos que visitamos ainda resiste um mito e uma casa... The house of the Living Goddess... que ainda conta com a presença viva da Deusa - Kumari Devi!! Num dos festivais nepaleses a Deusa sai para ser adorada pelo povo... Tudo seria um conto de fadas se não estivéssemos a falar de uma criança, certamente com menos de 5 anos de idade, que foi escolhida para representar esse papel! Esta tradição Hindu-Budista ainda permanece bem viva nos nossos dias.

O outro dia é dedicado a outro culto Hindu... o que chamamos funeral. No templo de Pashupatinath assistimos ao ritual Hindu do funeral uma coisa absolutamente espectacular, culturalmente falando, claro!
O templo, localizado perto do rio, contempla pequenas "funerárias" bem junto ao rio onde numa primeira fase os familiares e amigos prestam homenagem... a fase final do ritual começa com o transporte do corpo para o rio, ficando somente as pernas em contacto com a água. Segue-se o vestir e colorir com flores, cores bem fortes. Tudo termina com uma pequena procissão, bem próxima, no mesmo lado do rio, onde se encontra o crematório... o corpo depois é colocado nesse local e arde perante todos... a cerimónia é pública e é também muito impressionante, diga-se não é para todos! A este local os Nepaleses chamam-no pequena Varanesi, comparando-o assim à cidade Indiana conhecida pelos mesmo rituais no rio Ghanges.


É aqui que decidimos fazer um skip à cidade Indiana... porque o tempo não é muito e por que estamos a gostar do Nepal! O dia ainda contempla a visita a um templo Budista o maior na rota de Kathmandu para o Tibete, onde era pedido bênção para essas rotas. Terminamos com a visita a um Mosteiro Tibetano - Kopan Monastery. Um centro de estudo e retiro espiritual onde se podem encontrar desde monges crianças a mais idosos.

Segue-se a viagem entre Kathmandu e Pokhara. Optámos por fazê-la em dois dias e pernoitar em Bandipur, uma pequena típica vila Nepalesa, vizinha dos picos mais conhecidos do mundo - os Himalaias! Será concerteza deslumbrante o pequeno almoço com os Himalaias em pano de fundo!

18 de agosto de 2011

Fotos Taj Mahal e Delhi

Tickets for Taj Mahal: Indian vs Foreigner prices

Other view from Taj Mahal: The entrance door!

Behind the nature is hidden one of the seven world wonders!

Ghandi Smriti is the name of the Memorial Museum

Memorial Museum M. Gandhi - World Peace Gong

Memorial Museum M. Gandhi

The last steps Gandhi took before he was assasinated

Taj Mahal e Delhi


Agra é conhecida pela localização de uma das sete maravilhas do mundo.

Depois do Corcovado (Rio de Janeiro, Brasil), agora o … TAJ MAHAL! (só faltam cinco!!!)

Fazemos a viagem de noite entre Udaipur e Agra são mais de 12 horas de comboio (sleeper class) que se fazem mais ou menos bem… dá para descansar e dormir. Chegados ao Hotel Agra Mahal um banho, ou meio J ,dado que a água tinha acabado no depósito, e de seguida em direção ao monumento… Não escolhemos bem o dia (se é que se pode escolher), hoje é dia da independência da Índia e muitos Indianos invadem Agra… Assim, espera-nos uma multidão na visita ao Taj Mahal… Para começar os preços dos bilhetes… para Indiano ver! 37,5 vezes mais caro o bilhete para estrangeiro!! Incrível!! Enfim, um costume nesta terra… preço para Indiano/preço para estrangeiro…

Comprado o bilhete, aproxima-se um indiano, não procurando qualquer contribuição, mas sim, tentando ajudar…. Estranho… diz-nos “Estão a ver esta fila… para entrar… espera-se cerca de duas horas…”; “Eu posso ajudar!”… Claro, claro, pensamos nós… a troco de quê!?!? Viramos as costas, caminhamos na direção das filas ENORMES… mas subitamente vejo uma aberta… caminhamos…e voilá… entrada para estrangeiro sem fila J Indiano – 0 vs Tuga – 2!!! E lá entramos… revista normal e TAJ MAHAL! De facto, ao longe não parece nada de outro mundo… mas há medida que nos aproximamos ganha forma e tamanho… é grandioso e lindo! Um monumento único todo em mármore… a envolvência do recinto com jardins e fontes de água, ajudam para o embelezar o recinto. Pena é a multidão que preenche quase todos os espaços do local…

Uma hora chega… e saímos na procura de um local para refrescar-nos… um roof-top estrategicamente colocado, serve para passarmos um pouco o nosso tempo jogando umas cartas tendo como cenário de fundo uma das sete maravilhas do mundo – o TAJ MAHAL!

No segundo dia, decidimos visitar Fatehpur Sikri, uma cidade abandonada com aproximadamente 500 anos construída na séc. XVI, antes de apanharmos o comboio com destino a Delhi. É precisamente, na capital indiana, que temos o voo para Kathmandu, Nepal.

O dia em Delhi é dedicado a Mahatma Gandhi, o grande líder pela independência da Índia e símbolo da forma de não-violência de protesto. O Museu multimédia, é um espaço de primeiro mundo interativo que desconhecíamos na Índia. É um dia que nos impressiona pela história detalhada que nos apresentam… e em sua memória partilhamos aqui.

Dia 18/7, 7h40, voamos em direção a um novo capítulo na nossa viagem: o NEPAL!

14 de agosto de 2011

Fotos de Udaipur

Lake Palace, cenário do filme Octopussy do James Bond

City Palace, vista nocturna

Vista de Udaipur

Os 3 mosqueteiros em Udaipur

Espectacular vista nocturna do lago

Udaipur, a cidade dos palácios no lago!


Foi arrasante a viagem até cá, as 14 horas deixaram-nos de rastos.
Eram 5h00 da manhã e a vida já tinha começado em Udaipur. Um rickshaw leva-nos à Hunaman Ghat onde a guest house com o mesmo nome fica localizada… Como ainda é muito cedo dizem-nos para descansar na sala de cinema… o quarto ficaria pronto em hora meia duas horas. Acordamos às 11h30!! Do roof-top da guest house têm-se uma vista muito interessante…


O resto do dia tiramos para relaxar e passear pela cidade. Udaipur não é tão caótica como as que temos encontrado até agora, pelo contrário, é calma e com uma atmosfera… diga-se romântica! No lago que a envolve, destacam-se dois palácios!! Quando chega a noite um deles ilumina-se e torna todo o cenário cénico como de um filme se trata-se… É precisamente em Udaipur e nos seus palácios que o filme com Roger Moore, 007 – Octopussy se desenrola. Todas as guest houses ou hotéis anunciam o filme que passa ao final do dia… é também um dos nossos serões… Passamos três bons dias e "longe" da caótica Índia que já estamos ou pouco cansados!

Deu para descansar...

12 de agosto de 2011

14 horas e Udaipur

É tempo de continuar… Jaisalmer vai ficar para trás e o deserto também. No dia 14 à noite já temos a reserva do comboio de Udaipur para Agra. Portanto, Udaipur é o destino que se segue. Para percorrer os cerca de 700km que ligam Jaisalmer a Udaipur há duas alternativas: ou de táxi privado ou de autocarro. Na primeira opção cobram-nos 6/7 Rps ao km ida e volta, ou seja, cerca de 8400 Rps (145€!!), demasiado! Procuramos durante estes dias um preço mais acessível até porque nos diziam que há táxis a vir de Udaipur para cá e a voltar vazios, e, sendo assim, poderíamos pagar entre 2600 a 3000 Rps. No entanto, o tempo vai passando e nada nos surge por um preço acessível… O mínimo foi de 4000 Rps… e lá fomos de autocarro. O que nos esperava era certamente muitas horas na estrada, entre 10h a 14h, já que quer os guias de viagem ou os blogs na net sugeriam isso mesmo. No dia de ontem uma Holandesa contava que demorou cerca de 8 horas no sentido inverso… a ver vamos…

Parte I: (15h30, dia 11/8) hora da partida, o autocarro era grande, e dividia-se em duas partes: uma primeira com assentos, ao longo do corredor central no primeiro “andar”, e uma outra com compartimentos (camas) individuais e duplos, num segundo “patamar”. Ficamos com um duplo e um single. Ao procurar os respetivos lugares verifico que as ditas camas estão cheias de areia e sujas, muito sujas… “inabitáveis” para sentar quanto mais para deitar… olhámos uns para os outros e pensámos… “vai ser bonito vai, vai...”

Depois de conseguir “vedar” o dito lugar com a minha toalha… tento acomodar-me da melhor maneira e vou olhando pela janela à medida que o autocarro começa a longa jornada… Deserto, deserto, deserto… é o que olhos alcançam. Não obstante, o autocarro vai parando, sobem mais uns quantos passageiros,e, para novamente, sempre que alguém acena na estrada o ritual repete-se, sai o “cobrador” e o candidato a passageiro comunica o local de destino, segue-se uma negociação… na maioria das vezes acertada… e assim, lá vai entrando e saindo gente. A viagem até Jodhpur (primeiro grande centro urbano onde efetuamos uma paragem mais longa) é feita assim sem grandes sobressaltos… Chegamos pelas 21h30… ufff… já passaram seis horas!!

Parte II: Estamos cerca de meia hora e voltamos há estrada… O autocarro continua cheio, digo, quer nos lugares, quer no corredor, não sobrando mesmo espaço para encomendas que depositaram aquando da partida… o parar, entrar, negociar continua… mas desta vez não vejo muito gente sair, quase nenhuma… pergunto-me, onde cabe esta gente toda? Idosos, crianças, grávidas, encomendas, caixas, sacos… tudo cabia… mas onde?!!? O lugar onde estávamos, era uma cabine fechada, e assim, só quando aberta essa janela conseguia-mos ter uma visão do corredor na sua totalidade… Já de noite, voltamos a parar no meio do nada onde estrategicamente estava localizado um estabelecimento a céu aberto com um restaurante… era a junção de duas estradas e ali estavam mais de que dois autocarros parados… Abro então a minha janela da cabine e tenho uma visão aterradora para o corredor…” Como vou sair daqui?” pergunto-me! Não havia alternativa senão pisar ou passar por cima de gente, caixotes, encomendas…!!! Começo a minha aventura dentro do autocarro e demoro uns bons quatro minutos a percorrer o seu corredor… por entre sacos, idosos, crianças, mães com bébés ao colo, tudo fui encontrando… olhavam para mim como se de um ET fosse e lá davam um jeitinho para eu ir passando…

Procuro cá fora qualquer coisa para comer… mas não consigo… compro uma cola dois pacotes de batatas fritas e fico ali de pé observar o que se ia passando… É nisto quando olho para o espaço entre dois autocarros e vejo duas senhoras descontraidamente a abandonarem um dos bus, percorrem três/quatro metros daquele espaço, dobram os joelhos, posição de cocaras, e aqui vai, em pleno espaço, “regam” até não puder mais… viro costas para não ser mal interpretado mas fico perplexo para a vida! É que, como eu, estavam ali cerca de seis, sete homens que com a maior naturalidade olham para o sucedido como se fosse uma situação normal… pois de facto seria… Eu, demoro mais três minutos a regressar ao meu lugar e estupefacto ainda fico quando dou por mim a pensar naquilo que vi e vejo… Recomeça a viagem, consigo fechar os olhos um pouco e acordo com frio já quase a chegar a Udaipur… São quase 5h da manhã, e no total vão ser 14 horas desde que começou esta aventura… Estamos muito, muito cansados, aterrados, de rastos, … mas finalmente, Udaipur!

10 de agosto de 2011

Jaisalmer... e o deserto Thar!

Apos uma noite dormida a meias entre a guest house em Jodhpur e no comboio que apanhamos as 5 da manha para Jaisalmer, chegamos ao deserto Thar.

De certa forma ja tinhamos lido, mas as horas finais da viagem e a chegada a Jaisalmer comecaram a confirmar que de deserto esta zona tem muito pouco. Nada de dunas extensas onde fosse possivel nos perdermos e, bem pelo contrario, muita vegetacao em algum solo arenoso enquanto noutras zonas nem isso...


Quanto a cidade propriamente dita, o seu forte imponente la no alto, parecendo erguer-se da areia, foi avistado ainda do comboio, mas quando chegamos ao rooftop da nossa guest para o "Masala Tea" de boas vindas, o impacto da sua grandiosidade foi ainda maior. Estamos na golden city, Jaisalmer, e grande parte das casas da cidade sao de tom amarelo claro... ou dourado para quem tiver alguma imaginacao :-) !

Forte de Jaisalmer, vista do rooftop

Apos algum descanso e um almoco reforcado, fomos dar uma volta pela cidade. Como Jaisalmer vive em torno do seu forte, tambem nos decidimos dar a volta completa pelo seu exterior contemplando o mesmo a cada passo. A admiracao rapidamente passou a desilusao... Aquilo que de longe parecia so areia a suportar o forte, visto de perto nao tinha essa magia. Havia muito, mas mesmo muito lixo, nada estava tratado e arranjado... mas enfim, por estas bandas nao ha preocupacao quase nenhuma em se preservar o que de bonito existe. Alias, parece que este forte e dos monumentos no mundo que actualmente tem uma das mais rapidas degradacoes... e nem o crescente turismo parece fazer inverter esta tendencia! Como mudar esta mentalidade?

Proximo passo, ver o forte por dentro... Tinhamos alguma expectativa, porque este era diferente dos que ja tinhamos visitado antes em Jaipur e Jodhpur. Aqui, parte da vida da cidade passar-se-ia dentro do forte, casas, guest-houses, restaurantes... Passeando pelas ruelas do forte, a degradacao continuava e a nossa desilusao tambem, que acabamos por dar uma volta relativamente rapida, ir a dois ou tres view points para vermos a vista de Jaisalmer, e sair sem nenhuma vontade de la regressar.

E que mais se podia fazer por Jaisalmer? A resposta imediata e Camel Safaris, que podem ser de um ou mais dias, andando mais ou menos horas de camelo, pernoitando no deserto, visitando pequenas aldeias... Todos os hoteis e agencias tem ofertas de safaris, todos dizem que fazem rotas nao turisticas... em vez das habituais rotas mais turisticas... a lenga lenga do costume para venderem safaris a precos exorbitantes para o que realmente oferecem. Nos ate chegamos a perguntar: "Se quase todos os safaris sao feitos em sitios nao turisticos, na realidade ai nao serao zonas turisticas?

Nao estavamos interessados em fazer nenhum safari no deserto, mas gostariamos de visitar algumas aldeias. Para isso, usamos o transporte do costume :-). O irmao do dono da guest house tinha um rickshaw e apos a negociacao habitual fretamo-lo por 450 rupias, para irmos visitar umas aldeias e alguns templos. Com o calor que se fazia, cerca de 35 graus, andar de rickshaw ao vento foi bastante reconfortante. As aldeias acabariam por ser uma desilusao, vimos a pobreza em que aquelas pessoas vivem, mas acima de tudo a imensidao de criancas a nossa volta pedindo tudo e mais alguma coisa nao nos deixou respirar tranquilamente e ficamos cansados facilmente.

As indianas que nos cercaram na aldeia Sindhi!

Em jeito de conclusao, Jaisalmer estava mesmo a ser uma desilusao para nos, tendo sido facil decidir que nao queriamos pernoitar as 3 noites planeadas. Proximo destino, Udaipur, considerada a cidade mais romantica da India! A ver o que nos espera...

9 de agosto de 2011

Fotos de Jodhpur

Clock Tower and Sadar Market

Blue city view from Jodhpur Fort

Umai Palace

Criando as cores da Índia...

A verdadeira monsão... ruas de Jodhpur!

Dormindo a céu aberto... estação de comboios.

Jodhpur, The Blue City!!

Chegámos a Jodhpur!

Um auto rickshaw, leva-nos da paragem onde o bus nos deixou (literalmente na zona de guerra dos “tuk-tuk” por um turista… até parece ser combinado!)… e, deixa-nos na bus station, esta sim, já condizente com o nome de estação de autocarros!

Era suposto estar alguém à nossa espera, como combinado com Vipin, o rapaz da guest house onde vamos ficar…, mas nada. O Xixa dá uma volta pela estação… e nada… Bem, toca a renegociar o preço com o auto rickshaw, sacar do portátil, verificar a morada da guest house, e, por entre ruas bem estreitas, a fazer lembrar qualquer beco da Sé do Porto, lá vão passando motas, auto rickshaw, que não se tocam por milagre ou por pura perícia de condução… 10 minutos e lá chegamos! O Vipin chega precisamente no momento em que vamos pagar os 60 Rps, mas, não nos deixa efetuar esse pagamento, devolve-nos o dinheiro e diz que é a oferta do “pick up” na estação, que tínhamos agendado! Aqui começa a espetacular hospitalidade da Hem Guest House!


Já depois de um banho merecido, uma volta pela cidade, sentamo-nos numa esplanada virada mesmo para o Forte de Jodhpur (uma das atracões da cidade) pedimos uma cerveja (660ml a garrafinha!!) e observamos deliciosamente a vista do magnifico forte: ENORME! Uma localização fabulosa onde provavelmente se deslumbra uma vista maravilhosa… a ver vamos!

A noite chega depressa e a luz também! O forte fica divinalmente iluminado… que espetáculo! O apetite aparece, o jantar cai que nem uma luva neste final de tarde… que abre ainda mais a curiosidade do dia seguinte: a visita ao Forte de Jodphur!

Domingo, dia 7 de Agosto… meus amigos, mais importante que tudo: Hoje é dia de SUPERTAÇA, um habitué nas nossas férias…

PÁRA TUDO JOGA o CAMPEÃO, o FC PORTO!


60 Rps levam-nos à ao Forte, uma entrada de 200 Rps para a visita com áudio-guia segue-se, e, as cerca de duas horas que passamos no seu interior são o encontro com a história da Índia e mais concretamente com a vida do Forte… Depois a vista da cidade… Azul, Azul, Azul J Melhor panorâmica não seria possível! Seria um bom pronúncio para mais uma conquista AZUL… e BRANCA!!! que se verificaria horas mais tarde…

Esta vista e o seu envolvimento é um dos meus “highlights” da viagem…

Mas, nem tudo em Jodhpur foi um mar “azul e branco”! No dia seguinte, e último, decidimos voltar ao Forte, não só pela panorâmica já comentada, mas, para efetuar um slide de mais de 1km distribuído por seis pontos nas imediações da fortaleza! A Flying Fox, empresa Britânica que gere o complexo radical, cobra 1350 rps (para nós 1100 J) um preço caro para o standard da Índia. O que não contávamos era que a forte trovoada, seguida de uma chuvada que até doía no corpo, decidisse aparecer! Nem impermeáveis, nem circuito radical, sobrou a molha, e que molha, e os rupias que se pouparam J. A experiência continuou, pois para descer para a cidade os auto rickshaw cobravam mais do dobro ,e nós, firmes e hirtos, molhadinhos dos pés à cabeça, negociávamos, com tamanha tempestade a cair… ganhámos! Indianos teimosos – 0 vs Portugueses ainda mais teimosos – 1 (fora de casa nem foi um mau resultado!) A descida para a cidade é impressionante… como em pouco tempo Jodhpur ficou completamente inundada! O lixo, a merda, as vacas, os cães, tudo tinha desaparecido… e, ou estava a boiar, ou já encontrava-se condensado na água… enfim, a parte triste de ver com os próprios olhos e sentir o que é viver na pobreza nua e crua… Para os Indianos, chover nestas zona é bom, porque de facto não chove tanto e é necessário, por outro lado é muito mau, friso, muito, muito mau… deixo-vos a pensar onde vão dormir nestas noites as pessoas que dormem na rua dia após dia… e são aos milhares aqui em Jodphur L

Segue-se Jaisalmer, no deserto do Thar, e um comboio (primeira vez! na Índia) para experimentar… São cerca de seis horas em Sleeper Class, ou o que isso significa nos comboios na Índia…

6 de agosto de 2011

Viagem de Pushkar a Jodhpur

Íamos deixar Pushkar para trás, e decidimos ir beber um copo… Com muita pena nossa estou a brincar! Pelo menos para já, na Índia, noite nem vê-la, não há um único sítio aberto após as 11 horas da noite nem para indiano nem para turista, e Pushkar foi o exemplo perfeito… silêncio quase total após essa hora, e recolher obrigatório! J

Seguiu-se a primeira noite mal dormida na Índia porque tínhamos uma camioneta para apanhar às 7 da manhã. Levantámo-nos às 5:30, mas ao menos aqui sempre dá para tomar pequeno-almoço a qualquer hora e lá estava o nosso pronto às 6 e pouco. Os próprios indianos dizem que “in India everything is possible, but not always available”.

Mochilas às costas para percorrer pela última vez as ruelas de Pushkar e 5 minutos depois já estávamos na mais impressionante estação em que alguma vez estive. Nem no Zimbabwe, nem Cambodja tinha visto algo assim, merda por todo o lado e a vida acontecia como se nada fosse. Os animais passavam-se por entre o lixo, comiam-no, enquanto nos tentavam vender fruta e outros alimentos para a viagem. Está-se mesmo a ver que a primeira coisa que íamos fazer era comprar comida naquela estação… O Ruizinho ainda comprou um cacho (7) de bananas por 5 rps (0,08€) J.

A "famosa" estação

Para variar, e por incrível que pareça, mais uma vez a nossa camioneta saiu a horas. As primeiras 3 horas e meia de viagem foram bastante interessantes. Por entre campos verdejantes e passando em pequenas aldeias, saiam uns, entravam outros, ora estávamos à larga, ora muito apertados, mas lá podíamos ver um pouco da índia rural! Seguiram-se então duas horas finais de “autoestrada”, aborrecidas, com a camioneta cheia e desgastantes até chegarmos a Jodhpur por volta das 12:30. Ora aqui está o primeiro atraso… meia hora J em relação ao previsto, mas ainda nada de significativo comparativamente com os grandes atrasos que nos apregoaram…

As crianças vendem tudo por uns rupias.

E mais dois vendedores que aproveitaram uma paragem da camioneta

A camioneta parou e disseram-nos que era a última paragem. É aqui? – Perguntámos nós. Não víamos a bus station de Jodhpur onde supostamente o meu “amigo” Vipin da Him’s Guest House deveria estar à nossa espera. Percebemos rapidamente que os buses deixavam o pessoal a 1 km da estação e um batalhão de indianos se prontificava a levar-nos a qualquer lado de richshaw. Certamente que era mais um esquema… para dar trabalho e uns trocos a mais uns quantos indianos!

20 rps para nos levaram á estação, procuramos lá alguém com uma placa “Rui” mas nada. Por mais 40 rps levou-nos até à Guest House após parar várias vezes para perguntar J. Aqui, quando eu ia pagar, de repente, aparece um indiano a correr e a dizer “pickup free, pickup free…”. Pois, não foi ninguém buscar-nos à estação mas como tínhamos combinado isso… a guest house ia pagar ou acertar contas á maneira deles! E lá poupamos nós mais 96 cêntimos J !

Fotos de Pushkar

Sunset @ Pushkar view point

Pushkar overview

Bus Station, Pushkar

Pushkar lake